Keiko Mayama, eminente ceramista - poetisa do barro, comemorando 25 anos de seu ateliê,
traz ao Museu Janete
Costa seus convidados.
Sendo uma delas, presentarei uma
rede de ações coletivas: Palavras
na Terra - caminhos e descaminhos da comunicação,
com a participação de Adriana
Mastoub, Cledihelen Souza Mitrof, Daniel Leão, Denise de Oliveira, Edwiges
Barros, Eni Milza de Oliveira,
Felipe Almeida, Ivar Rocha, Laura Freitas, Letícia Valladares,
Lívia Grijó Hayfeld, Lucyna Verônica Brocki Cozzolino,
Margarida Maria Pimenta Velloso, Mariane Monteiro Miranda,
Miguel Ângelo Catete, Rita Neli Azevedo, Sandra Lúcia dos Santos,
Simone Dias Jacques, Simone Nascimento, Valéria de Souza e
Wilson Lima.
O
mundo é um telefone sem fio.
Propus
uma conversa por várias peças de barro que fiz. Elas se soltaram e lançaram
desafios.
Pude
conhecer coisas minhas que me surpreenderam e até assustaram.
Autorrevelação.
Os
artistas participaram fazendo as peças e responder aos questionários, dando
ideias, escolher cores, pintando as peças.
Mas a
montagem do texto final, a interação das vozes que estava na caixa preta, foi
meu trabalho solitário - coisa de voyer,
de
brincar de deus.
Aos
poucos a grande conversa foi se delineando, confusa, truncada, bela como são
todas as tentativas humanas de
compreender
e fazer-se compreendido.
Fazer
as peças foi só o ensaio. A exposição poderá surpreender seus próprios autores.
A
obra só vai se revelar à montagem - partes separadas não podem adivinhar a
polifonia do conjunto.
Sabedoria
implícita de grupo só se revela quando acontece junta, na hora do
espetáculo.
Vida.
Acontecer
de um trabalho coletivo que se monta para uma só vez.
Ao
fim da exposição as peças vão dar adeus umas às outras - cada um leva sua peça
para casa.
A
obra vai se diluir enquanto se multiplicar: a peça única se separa em outras
tantas obras
-
rabo de lagartixa.
Onde
irão parar essas peças que nasceram irmanadas e que já moraram juntas, em plena
(des)comunicação?
Conto
com a sua presença na terça-feira dia 12 de novembro às 17h no Museu Janete
Costa.
Um abraço.
Denise Vianna
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